segunda-feira, 25 de julho de 2011

Islamófobo e Anticomunista.

Atirador norueguês vê ‘bastardização’ do Brasil como risco à Europa


Anders Breivik | Foto: Reprodução
Igor Natusch
Em um manifesto publicado na internet, o terrorista norueguês Anders Behring Breivik usa o Brasil para justificar os ataques que mataram 76 pessoas na Noruega na última sexta-feira (22). Trechos do documento de cerca de 1600 páginas, no qual constam informações sobre a ideologia de Breivik e os preparativos para os ataques, retratam o Brasil como um exemplo do que poderia acontecer na Europa caso não fosse evitado o “genocídio das tribos nórdicas” por meio da “diluição” de seu genótipo em outras etnias. Para o terrorista, o Brasil vive uma “revolução marxista” e sofreu um processo de “bastardização”.
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“A alternativa é um modelo de bastardização continuada, muito similar ao modelo brasileiro”, diz Breivik em seu manifesto, batizado “2086 – Uma declaração europeia de independência”. Segundo ele, a mescla de europeus, africanos e asiáticos em nosso país seria “devida à Revolução Marxista brasileira”, que facilitou a “mescla de raças generalizada” em nosso país. “Os resultados foram catastróficos”, escreve o terrorista.
Segundo ele, o grau de coesão social do Brasil é “baixíssimo”, ocasionando corrupção, baixa produtividade e eterna competição entre as diferentes culturas e “sub-tribos” como mulatos e mestiços. “Não há nenhuma esperança de alcançarem o mesmo nível de produtividade e harmonia da Escandinávia, Alemanha, Coreia do Sul ou Japão”, conclui. Em outro momento, o documento defende que “culturas conflitantes” prejudicam a “unidade da tribo”, criando países “permanentemente disfuncionais” como o Brasil.
O Brasil é citado em outros trechos do documento, constantemente atualizado na web e que recebeu os últimos acréscimos cerca de duas horas antes dos ataques. Em dado momento, explicando sobre os “riscos na manipulação de material radioativo”, ele adverte que os “cavaleiros da justiça” (termo que usava para referir-se aos que deveriam combater a influência islâmica e comunista) devem ser cautelosos, dando como exemplo o incidente envolvendo Césio-127 em Goiânia, em 1987.
Anders Behring Breivik foi preso na sexta-feira após atirar sobre mais de 100 pessoas em um acampamento do Partido Trabalhista em Utoya, na Noruega. Segundo o último levantamento da polícia norueguesa, 68 pessoas foram mortas na ilha, a maior parte adolescentes. Outras oito pessoas foram mortas na explosão de um carro-bomba na frente da sede do governo norueguês, ocorrida cerca de uma hora e meia antes do ataque em Utoya.
Segundo autoridades norueguesas, Breivik – que assina o documento sob o pseudônimo Andrew Berwick – é um islamófobo e anticomunista. Os ataques teriam sido perpetrado para impedir a continuidade do governo do trabalhista Jens Stoltenberg e convocar a Europa a lutar contra a invasão islâmica e o multiculturalismo. O terrorista compareceu na manhã desta segunda diante da Corte norueguesa, que o acusou formalmente de atos terroristas e determinou prisão preventiva de oito semanas.
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